Análise Assassin’s Creed Valhalla (Playstation 5) - JOGOS GRÁTIS

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Análise Assassin’s Creed Valhalla (Playstation 5)

  Assassin’s Creed, é uma série da Ubisoft que ao longo dos anos, conseguiu garantir o seu espaço e fãs e, com uma sucessão de lançamentos bem sucedidos, continua entre nós.

Assassin’s Creed Valhalla é a mais recente incursão da série que, não só mudou completamente de ares (agora chega ao frio do Norte da Europa e Reino Unido), como também chegou à Nova Geração.

Já tivemos o privilégio de experimentar o jogo para a Playstation 5.

A História de Eivor

Tal como acompanhámos ao longo dos últimos meses , a história de Assassin’s Creed Valhalla acompanha a epopeia de Eivor, um(a) herói(na) Viking que, subitamente terá de ajudar o seu povo a estabelecer-se em Inglaterra do Séc.IX.

Tudo começa muitos anos antes na Noruega, quando Eivor ainda criança, vê o seu pai ser morto por um líder de um clã rival.

17 anos mais tarde, o agora adulto Eivor, consegue finalmente vingar o seu pai, mas isso acaba por despoletar uma sucessão de eventos que faz com que tenha de abandonar a sua terra natal, ao lado do seu meio-irmão, Sigurd e a sua esposa, Ranvi.

As primeiras horas do jogo decorrem no branco gelado da Noruega que, de certa forma, são também uma forma de apresentar Eivor, a sua história e as mecânicas do jogo.

Apesar da aventura principal do jogo decorrer no Séc.IX, a realidade é que Assassin’s Creed Valhalla decorre novamente dentro do Animus, onde Layla Hassan revive a história de Eivor, através da manipulação genética dos seus restos encontrados… na América.

Supostamente, o passado pode salvar o futuro e os objetivos de Layla são os de encontrar uma forma de evitar um cataclismo que ameaça o tempo atual.

Curiosamente, Layla chega também a participar ativamente como ela própria dentro do Animus, na exploração de algumas anomalias.


Desbravar caminho num Mundo Novo

Trata-se de uma época bastante conturbada do Reino Unido, e Eivor vai-se aperceber disso desde o inicio. O território é maioritariamente controlado por lordes Saxões, mas existem habitantes de todos os cantos do Mundo, incluindo outros nórdicos.

No decorrer do jogo, torna-se curioso perceber que os nórdicos não são obrigatoriamente indesejados pelos habitantes locais. Enquanto a nobreza inglesa os vê como uma ameaça, existem alguns membros do povo que os toleram e mesmo alguns lordes podem chegar a apoiá-los.

Após a escolha de um local (pré-definido pelo jogo) para assentar, começa a aventura de Eivor por este Novo Mundo.

De uma forma simplificada, podemos dizer que com o decorrer da história, as ações de Eivorse dividem em várias áreas distintas. Por um lado, Eivor terá de ajudar a aldeia a crescer e a se tornar próspera. Para isso, são necessários recursos e dinheiro e dessa forma, Eivor terá de saquear os vilarejos, Mosteiros e guarnições mais próximas.

Nunca nos chegamos a cansar de fazer pilhagens.

No entanto, para quem chega a um novo território, há que saber não hostilizar todos os vizinhos e convém arranjar alguns aliados. Essa será outra das componentes principais do jogo, ou seja, participação em missões (diplomáticas) para arranjar apoios junto de outros clãs nórdicos e mesmo de lordes ingleses.

Entretanto, existe ainda um outro fator importante e que se relaciona com a história de fundo da saga Assassin’s Creed. A início do jogo são-nos apresentados dois emissários da Ordem dos Ocultos que revelam a Eivor que a Inglaterra se encontra secretamente controlada por elementos da Ordem dos Antigos (Order of the Ancients). Assim, Eivor terá de levar o seu machado a todos eles e isto tudo, oferece ao jogo uma tremenda diversidade de objetivos a concluir.

No entanto, isto não se fica por aqui, claro! Espalhados pelo enorme mapa existe uma grande quantidade de eventos, missões secundárias e atividades. Ou seja, o jogador pode dar-se ao luxo de “esquecer” temporariamente as missões principais e enveredar por algo diferente quando quiser.

No entanto, há algo a melhorar nestas missões secundárias. Poderiam existir mais dicas. Por exemplo, a dada altura encontramos um camponês que se queixa de uma praga de ratos. A resposta está mais adiante, pois uma mulher tem uma casa fechada cheia de gatos mas, se por acaso optarmos por virar na direção errada, nunca iremos descobrir a mulher.


Lar, doce Lar

O nosso aldeamento em terras de Sua Majestade é, ao início, bastante simples e desprovido de condições e infraestruturas.

Com os raides que Eivor completa e com a conclusão de missões do jogo, recebemos suprimentos e materiais que nos permitem a construção dessas instalações. Caserna, Armeiro, Cavalariça, Sede da Ordem dos Ocultos, Taverna, Padaria,…

Cada edifício traz mais-valias, como a possibilidade de adquirir novas habilidades, novas armas. É um aspeto do jogo bastante interessante. Uma espécie de City Building da época medieval que ajuda o jogador a diversificar as suas responsabilidades. Pena são aprofundar muito a componente de micro-gestão.

A nossa aldeia é o nosso “Lar, doce Lar” e inevitavelmente, vamos lá retornar várias vezes, não só para a evoluir mas também para adquirir novos bens, ou comprar e melhorar armas e equipamento.

Há ainda um lado social que merece a pena explorar um pouco. Cada um dos principais membros da aldeia tem uma “história” pessoal que, de certa forma, acho que merece a pena conhecer. Felizmente, os diálogos não são demasiadamente longos ou chatos, para não quebrar o ritmo.

Um aspeto bastante importante no jogo é o sistema de personalização, em particular de Eivor. O jogador tem ao seu dispor, inúmeras tatuagens, cortes de cabelo, tipos de barbas… e não deixa de ser interessante fazer experiências no “nosso aspeto”.

As capacidades de personalização estendem-se também à nossa aldeia, barco e armas.


Combater, Beber e Saquear como um Viking

O combate de Valhalla encontra-se bastante bom, apesar de simplificado em demasia. Grosso modo, é bastante satisfatório e, desde as incursões, a pequenos confrontos ou aos grandes cercos a cidades e fortificações, os confrontos são algo que visualmente nos cativa e impele a mais.

Para muito conta também o facto de o DualSense ser altamente responsivo em batalha. Cada ataque com o machado, ou cada rechaço com o escudo, sente-se logo o efeito no ecrã.

Eivor pode usar duas armas (uma em cada mão) ou então o tradicional escudo e arma. Seja qual for o setup, o combate está bastante satisfatório e consoante os inimigos torna-se, mais ou menos exigente. E por referir a IA dos inimigos, na maior parte dos casos encontra-se decente, subsistindo algumas situações pontuais em que parece mais ser EA (estupidez artificial). Contudo, são poucas essas situações e os soldados inimigos tentam flanquear-nos, ou no casos dos arqueiros, tentam bons locais para nos mirar.

Neste capítulo, até os nossos próprios companheiros vikings de incursões padecem ocasionalmente de EA. Isto, porque em algumas ocasiões fica-se com a sensação de que estão ali apenas à espera que sejamos nós a tomar a iniciativa ou a matar aquele inimigo.

Ainda relativamente ao uso de uma ou duas armas, é uma opção pessoal mas, em certas certas missões, torna-se necessário repensar a tática usada.

E por falar nas várias armas do jogo, todas elas têm melhorias possíveis. Algumas melhorias mais básicas, podem ser feitas por Eivor, se tiver os recursos necessários enquanto que outras só podem ser efetuadas pelo Armeiro.

Estas melhorias do Armeiro são mais poderosas e chegam inclusive a modificar o aspeto da arma, mas a mais-valia corresponde ao aumento da capacidade do número de Runas que podem ser instaladas (as Runas são pedras que conferem poderes extra às armas e equipamento).

Assassin’s Creed: Valhalla apresenta uma boa dose de violência e de sangue.

De uma forma bastante satisfatória, a Ubisoft, desenvolveu ainda outras atividades mais mundanas no jogo que lhe transmitem uma outra graça (apesar de se tornarem um pouco repetitivas ao longo do tempo). Por exemplo, os desafios de “insultos” em rima que se encontram muito bons, sendo apenas de lamentar que, como são em inglês, se perca o efeito fonético da rima.

Outro exemplo, são os desafios de bebida. Basicamente é uma competição de beber até cair para o lado e a mecânica é simples. Temos de pressionar X dentro de certos parâmetros e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio de Eivor que começa a ficar zonzo à medida que bebe.

Por fim, a Ubisoft inventou ainda o Orlog. Trata-se dum jogo de dados e “cartas” bastante divertido e interessante que envolve uma certa dose de estratégia. Gostei bastante.

Tal como referi mais acima, existe ainda a Ordem dos Anciões, espalhada por Inglaterra e dominando grande parte de território. Com o apoio dos nossos amigos de Sigurd, da Ordem dos Ocultos, vamos ter de a desmascarar.

Contudo, ao longo da aventura, é fácil essa parte da história passar para segundo plano, dada a excitação em pilhar, garantir aliados ou ajudar a nossa aldeia.

Mantendo a história genética de Assassin’s Creed, a Ubisoft decidiu manter as habilidades de escalada como parte importante do jogo e praticamente tudo o que existe em Valhalla, pode ser escalado.

Isto faz-me alguma confusão. É algo que me parece demasiadamente artificial, pois os guerreiros Vikings, para mim e em muitos factos históricos surgem como homens fortes e maciços e não praticantes de parkour.

Valhalla apresenta ainda a possibilidade de ensinarmos a Eivor novas habilidades à medida que a história vai avançando. Isso faz-se com pontos de experiência que ganhamos ao completar missões.

Esses pontos são gastos numa árvore de Skills que se divide em várias teias (semelhante a constelações celestes) cada qual com várias habilidades desbloqueáveis. São várias as habilidades/mais-valias que podemos desbloquear, seja ao nível do combate de proximidade, de distância, resistência a ataques de bosses, stealth…

Se porventura não quisermos lutar (em algumas missões será o melhor), podemos passar despercebidos usando o manto com capuz.


Os sons e as paisagens da Inglaterra do Século IX

Na Playstation 5 o jogo apresenta-se francamente bom. Os efeitos de luz estão fantásticos e desde as auroras boreais na Noruega até ao por do sol em Inglaterra, existem momentos de grande beleza que Valhalla nos consegue apresentar.

O território encontra-se pontilhado por ruínas romanas que remontam a um passado recente. Os vilarejos à beira rio, os mosteiros e a presença da religião, os comerciantes a viajarem de aldeia para aldeia.

Todo o mundo do jogo se apresenta credível e com uma atenção ao pormenor bastante cuidada. Os aldeamentos com edifícios que remontam de imediato à altura e habitados por camponeses modestos e trabalhadores.

As fortificações repletas de soldados (com várias classes) e que, curiosamente, apresentam uma IA bastante aceitável.

Velejar no nosso dracar tem momentos de rara beleza, por exemplo, ao entardecer com as águas a ficarem douradas com o sol baixo. Ou quando navegamos no meio de um pântano e a névoa nos envolve, reduzindo a visibilidade. E o fato de podermos pedir aos nossos marinheiros para cantar…

Tanto no mato como nos rios, existe vida selvagem com abundância e apesar de alguma deficiência da IA em alguns momentos, dá uma sensação de vida e naturalidade.


Uma palavra final para algo que já se esperava, mas que justifica mencionar: os tempos de carregamento, quer no início do jogo, quer nas Viagens Rápidas, ou quando morremos, é mínimo (menos de 10 segundos), ou seja, novamente o SSD da Playstation 5 a dar cartas.

Veredicto:

Assassin’s Creed: Valhalla é uma aventura épica que transporta o jogador para a Época dos Vikings.

Um mundo enorme encontra-se à espera do jogador. Mundo esse que se encontra vivo e repleto de atividade, onde as diferentes missões (principais e secundárias) decorrem de forma natural e acabam por se integrar na perfeição. Assassin’s Creed: Valhalla é um excelente jogo de aventura e ação e promete dezenas de horas de exploração, combate, saque e… competições de bebida.

Para apreciadores da série, este jogo é imprescindível.

Assassin’s Creed Valhalla

Assassin's Creed Valhalla


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